Publicado em 26 de setembro de 2022
A comunicação com moradores com deficiência pode ser um desafio, especialmente quando tratamos de deficiência auditiva. Já imaginou você ser deficiente auditivo e precisa usar a linguagem de sinais para se comunicar com o síndico ou outros moradores que não estão preparados para isso?
De acordo com o IBGE, a comunidade surda no Brasil equivale a mais de 9 milhões de pessoas. E, de acordo com a OMS, estima-se que até 2050, existam 900 milhões de pessoas surdas no mundo.
Apesar de haver políticas públicas e legislações em vigor que determinam as diretrizes para a inclusão de moradores com deficiência, tais como rampa de acesso, portas mais largas e até tratamento de desníveis no piso, também é importante estabelecer algumas adaptações na comunicação para ampliar a acessibilidade de moradores com deficiência auditiva em condomínios.
A tecnologia, por exemplo, encurta esta barreira e traz qualidade de vida a estas pessoas. Com ela é possível adotar algumas soluções e incorporar práticas para a inclusão dos moradores com deficiência auditiva. Confira, a seguir, algumas formas de inclusão de moradores com deficiência auditiva para ampliar a acessibilidade e garantir que estas pessoas estejam presentes na rotina de um condomínio.
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Para começar, é muito importante que a equipe de funcionários compreenda as particularidades de um morador com deficiência auditiva. Fale devagar e procure olhar diretamente para ela. O movimento da boca pode facilitar a compreensão das palavras.
Caso haja grande dificuldade no entendimento, opte por utilizar a comunicação escrita como um segundo recurso para moradores com deficiência com alto grau de perda auditiva ou conversas mais complexas. Além disso, vale usar objetos à sua volta para exemplificar.
Uma alternativa que facilita a comunicação é a presença de um intérprete de libras em reuniões condominiais, por exemplo.
Para avisos, normas e recados, os moradores com deficiência já podem contar com aplicativos para smartphones.
Entre os mais populares, encontramos o Hand Talk, aplicativo gratuito para celulares Android e iPhone (iOS) que permite traduzir textos em Libras (Língua Brasileira de Sinais). A ferramenta usa um avatar digital, interpretado pelo personagem Hugo, para desenvolver os gestos e facilitar a comunicação com pessoas surdas ou com dificuldade auditiva. O projeto de acessibilidade ganhou o prêmio no Desafio Google de Impacto em IA, durante o Google I/O 2019.
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Outro recurso que pode facilitar a comunicação entre moradores com deficiência e síndicos é o app AW Portaria, desenvolvido pela Alarm Wolx, que permite o acesso a informações contratuais, mas também oferece um espaço de Mural de Recados, acesso às correspondências, controle da portaria e troca de mensagens com outros moradores.
Se o condomínio possui algum tipo de sinal sonoro, como alarmes e fechaduras digitais, é importante emitir também um sinal visual para que os moradores com deficiência auditiva compreendam a informação que está sendo transmitida. Um sinal luminoso em posições estratégicas pode atender à necessidade.
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A convivência em comunidade no condomínio desperta o senso de respeito e inclusão. Como cidadãos, temos o papel de respeitar os direitos dos moradores com deficiência auditiva e garantir que exista acessibilidade, principalmente em um ambiente comum.
Bárbara Rocha
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